Serenidade

Saibamos aproveitar os momentos.

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Fazer o Natal acontecer

A casa continua com jarras grandes e pequenas espalhadas pela casa, cheias de azevinho ainda com as bolinhas bem vermelhas e, é assim que eu gosto, simplicidade e tradição. É só ir ao quintal e colher. Pinheiro? Não. Há muitos anos que não cortamos pinheiro para a árvore de Natal, os que existem são enormes e queremos preservá-los rezando para que os fogos não atinjam a floresta. Tenho os postais de Natal que ainda recebo do tio de Aveiro e da prima de Lisboa. Adoro. A prima é "modernaça", escreve sempre uma mensagem de Natal em inglês e deseja um Feliz Ano Novo em português. É da forma que lhe deve sair melhor e é a força da globalização. O tio, é clássico, um postal de Natal com brilhantes, fundo com neve e estrelas ou o presépio. As coisas vão-se aconchegando como uma barriga de grávida, ajeitam-se à coisinha pouca, um grão de afecto e ao coração cheio. Gosto de viver as épocas sem preconceitos, de ser aquilo que sou e que sinto de verdade. Se faço o Natal acontecer? Seja o acolhimento um gesto solidário, que diga a jovem estudante estrangeira que estava só no dia de Natal e, quando eu o soube, surgiu imediatamente o convite sem demora. Veio para nossa casa. Se faço o Natal acontecer que seja um dia no ano, já é bom, para mim tudo fez mais sentido. Somos milhões. 

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Boas Festas!

Calendário de Dezembro.

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Passeio no campo

No intervalo da chuva, descemos a encosta e estamos no campo. 

À parte dos vestígios da civilização que abrigam os ninhos das cegonhas, a genuína  paisagem de salgueiros, choupos, a palha seca dos arrozais ceifados e, estas espigas cor de café que se desfazem como algodão porque estão  maduras e o vento faz o que lhe é devido; espalha sementes.

É a  TABOA para quem não conhece. 

Uma réstia de sol e, uma aguarela cinzenta no céu que vai trazer chuva não tarda.

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Saudades daqui

É um pedacinho de terra que me tira o tempo de aqui vir.

-Tenho saudades; digo eu.

E as tias argumentam como sempre, quase em uníssono, que fiz bem em não cortar as laranjeiras, afinal, o que preferia eu; um tanque de água cheia de cloro ou sumos frescos de laranja enquanto escrevo, e, o mar está tão perto... encolheram os ombros com rostos de interrogação.

Mas, as tias não sabem de tudo o que eu gosto. Por mim, tinha tudo; as laranjeiras, a piscina, os pirolitos no mar e, ainda o tempo para escrever em vez de me curvar no pedacinho de terra a plantar morangos e a semear os bolbos que irão rebentar na primavera. Na verdade, está tudo a hibernar menos as laranjeiras, que são um consolo de ver.

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