sábado, 11 de julho de 2015

O Batizado da Aninhas



Das suas pernas de boneca, um balãozinho de tecido liso e armado como a copa de um cogumelo branco. Toda ela era a inocência da vida. Muito fresca e sem fungar, subiam-lhe tronco acima, malmequeres brancos bordados de pétalas longas e salientes terminando este jardim em pequenas mangas transparentes, como uma aragem morna de julho quente. Sem que ninguém lhe perguntasse, os laços com Deus começariam aqui nas suas vestes brancas e sem entender, assim estava a Aninhas enfeitada dando passinhos da fé de outros, onde o que lhe interessava de momento, eram as lantejoulas prateadas dos sapatos. 



mz