quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Colheita do arroz

Texto e fotografia,Mz


Para finalizar Setembro, um pouco do rural onde se esconde este mundo dos arrozais.Calçamos as galochas altas, chapéu de aba larga na cabeça e descemos o campo. Os pântanos, são agora terra seca, sulcada e dividida como torrões ocultando outra terra. Nada parece ser assim, quando os olhos veem o todo. Contei-vos aqui, que o verde fresco iria transformar-se e, aqui está agora; palha, pastel, caramelo, verdes secos e uns toques de laranja. Trago-vos uma espiga sobrante para poderem ver onde se aloja o grão – a sua casa. E o que eu gosto mesmo, é do seu testemunho maduro. Apanham-se os grãos e, com as mãos em conchinha, chocalhamos, fechamos os olhos e a magia acontece: um som lindo de sinos suaves. Inexplicável.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Pequeno monstro no jardim



Texto e fotografia,Mz


É uma romaria fora de casa.
No jardim, aparecem do nada e, este monstrinho que desconheço o nome,
adora comer "brincos de princesa".
(flor) 

domingo, 17 de setembro de 2017

Moura - Portugal

Texto e fotografia,Mz



Moura
 ainda com cheiro de festa e em pleno verão.
Quase toda de branco,
airosa e de vasos nas paredes,
 encanta-nos.

sábado, 9 de setembro de 2017

Louva-a-deus

Texto e fotografia,Mz



Visitou-me ontem.
São estranhos, de uma bela feiura que sou apaixonada. Cuidam-me das pragas do jardim e alimentam-se por aqui. Servem-me de modelo, como se nos conhecêssemos desde sempre.
Somos um para o outro.


sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A floresta na aldeia

Texto e fotografia,Mz



A aldeia com duas faces, uma moeda e dois cunhos diferentes. O rio, com toda a biodiversidade que lhe é característico e que vos tenho falado. Os arrozais, as cegonhas, as garças, os corvos, e os menos visíveis; os insectos, os répteis, os lagostins e toda uma vida submersa nos pântanos – verdes intensos e cheiros molhados. Depois, a floresta. A terra castanha e outro verde, aroma de musgo seco, pinho resinoso, o adstringente do malfadado eucalipto e os carvalhos com bolotas ainda pequeninas. Começa a despontar agora, a urze, que lá para Outubro, pela festa da Nossa Senhora do Rosário, parecendo milagre, lança pela terra infindáveis tufos de cor lilás. E ainda temos amoras nos lugares mais sombrios, esta selvagem doçura que nos seduz o palato; espinho e veludo, tal como a vida, uma moeda de duas faces e esta minha aldeia que vos conto, agora em Setembro.


sábado, 2 de setembro de 2017

Setembro na aldeia

Texto e fotografia,Mz



Este Setembro, se não vos trouxer Cegonhas, é porque não sei onde elas andam, vadiam os filhos crescidos e os voos, são agora mais demorados. Na delonga de uns, permanecem outros. São as Garças. Brancas, tão brancas como lençóis franzidos de renda antiga no abrir das suas asas. E, sem pedir licença, arredando todo este verde que nos salva, despontem um olhar alado no caiado da igreja, na arquitetura das gentes. Trinquem os bagos de uva, espantem o pardal da espiga e sintam-se em casa neste meu canto, quadros da minha aldeia.