Lá de cima, uma visão estranha, um nicho de casas adormecidas
num século esquecido, como se não fosse este Portugal em que vivemos. Foi esta
a sensação. Um mil-folhas de azuis, verdes e cinzas, metamorfose da rocha com
pinceladas ferrugentas, onde tudo é xisto. Alegria nas janelas e nas portas
pintadas, vivos os musgos nas ruas deslizantes e apertadas onde, tudo é uma
lindeza abrupta. Da janelinha, uma cortina de renda desfocada, um almoço
simples, como se fossemos pastores e, para acreditarmos que apenas a fé se veste
de branco, tocaram os sinos da igreja.
Texto e
fotografia
Mz