Decidi adaptar o meu chapéu de forma a poder ver
melhor as coisas; cortei em tiras e encaracolei um pouco as exageradas abas largas.
As árvores, deram-me uma alcunha e batizaram-me de imediato. O Castanheiro e o
Carvalho, abanaram as folhas com assentimento e, deram ordem ao Pilriteiro para
me corar as bochechas. Fiquei a ser conhecida como a Farfalhuda dos Caracóis. Na
alegria e no discernimento, fui apresentada a muitas espécies. O vento assobiou
desconfiado…
No livro das folhas verdes, é o silêncio que nos resgata o
verdadeiro entendimento da mensagem da floresta. Aprendemos a gostar do áspero Tojo amarelo, das folhas mortas e, das lamas quando chove. A desengraçada manta
suja e bafienta, regenera-se quando chega a hora e, passamos a pisar flores.
IV - Livro das Folhas Verdes
(clica na fotografia para melhor imagem)