quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Dentro da Floresta.

 





Decidi adaptar o meu chapéu de forma a poder ver melhor as coisas; cortei em tiras e encaracolei um pouco as exageradas abas largas. As árvores, deram-me uma alcunha e batizaram-me de imediato. O Castanheiro e o Carvalho, abanaram as folhas com assentimento e, deram ordem ao Pilriteiro para me corar as bochechas. Fiquei a ser conhecida como a Farfalhuda dos Caracóis. Na alegria e no discernimento, fui apresentada a muitas espécies. O vento assobiou desconfiado… 

No livro das folhas verdes, é o silêncio que nos resgata o verdadeiro entendimento da mensagem da floresta. Aprendemos a gostar do áspero Tojo amarelo, das folhas mortas e, das lamas quando chove. A desengraçada manta suja e bafienta, regenera-se quando chega a hora e, passamos a pisar flores.

IV - Livro das Folhas Verdes

(clica na fotografia para melhor imagem)