segunda-feira, 17 de abril de 2017

Doces de Páscoa numa rivalidade entre as tias e eu.






Texto e fotografia, Mz


Arregalaram os olhos quando à mesa chegou por minhas mãos o tradicional pão-de-ló, receita delas, das tias, mas com uma decoração que nunca lhes tinha passado pela cabeça. Ensinaram-me tudo; a amassar, a envolver e, entre outros segredos, um dia falaram-me por alto, das pétalas de rosa cristalizadas que eram guardadas para comer como rebuçados nos tempos de antigamente, quando nem ainda se falava dos caramelos espanhóis. Esquecidas pelo tempo, exclamaram “ós” de espanto ao verem as delicadeza adormecidas na memória. Depois, a Pavlova este doce e delicado estrangeiro que andavam desejosas por provar, como se fosse um rapaz namoradeiro nos tempos de juventude. Aliviaram a gula dos doces e do queijo da serra com as frescas laranjas fatiadas em calda de açúcar e rum, sendo também uma novidade, diziam ser muito chique. E porque também eu tenho sempre algo para lhes ensinar, levaram para casa esta receita e as amêndoas na carteirinha de mão.
Afectos e dúvidas