Esta noite, as palavras abafaram a vontade de um desejo
A minha boca foi uma arma silenciosa,
foi aço rosa enferrujado...
não disparou uma rajada
A minha boca foi uma arma silenciosa,
foi aço rosa enferrujado...
não disparou uma rajada
Esta noite, as palavras deitaram-se na minha almofada alva de cambraia
Não adormeceram...
Simplesmente se silenciaram
Abandonaram-me
Partiram de mãos dadas com uma lua de prata que espreitou a minha janela
Voaram entre o céu e o mar
e brilharam no azul-escuro do infinito
Quisera eu ser um anjo e resgatar as minhas palavras
Trazê-las de volta para a minha almofada alva de cambraia
Mas eu não sou anjo...
Aguardo à minha janela
e espero mergulhada na noite quente
que brinca com as sombras
e se refresca com os leques de uma palmeira que repousa no meu jardim.
Desejo eu agora,
que esta noite não seja eterna...
que as minhas palavras abandonem a prata da lua
e regressem abraçadas ao sol da próxima aurora.
imagem:google
com carinho
Mz