terça-feira, 28 de novembro de 2017

Água como diamantes.

 Texto e fotografia,Mz


E o brilho de hoje é outro, são estas gotas de água - diamantes.
Foi a chuva que veio sorrateira de madrugada namorar os telhados e as árvores. Um embalo apaziguador, um sussurro de serenata beijando o chão lá fora, um pedido de desculpa, a nós, que tanto suplicámos que caísse assim, fluída, libertina, num cantar também à desgarrada. Convidando à festa, à reconciliação, a um arredar da cortina para que tivéssemos a certeza que era ela, continuou num arrulho suave até ser manhã. E junta ao nevoeiro, ou num raio de claridade, acreditámos que não era apenas namoradeira; viera para casar, e fazer jus à estação. Ainda chove e já é noite. 

Portugal desde Setembro em seca severa e extrema, tem na chuva, a pedra preciosa mais valiosa que pode haver.