Não te apoquentes meu amor por não gostares de poesia. Transcende-te
o entendimento escrito deste sentir, que dizes, ser muito fingido e enfeitado. E a
declamação, dizes tu - soturna. Soturna sem ser lúgubre, apenas, por toda a poesia
te parecer melancolia. Tudo é um parecer, meu amor, não te apoquentes por não
gostares de poesia, porque, ainda ontem me falaste do canto daquele pássaro cinzento, que
se baloiça na ameixeira e, sem o entenderes, dizes ser admirável.
Texto e
fotografia
Mz