Eu já tive um cão e não sei se quero outro. Um dia fiz-lhe
um poema, outro dia, uma prosa. O poema foi para um amigo, a prosa foi para
mim. E todas estas coisas que escrevi foram em paralelo, para um "ser sem alma"
como dizem dos animais. Foi um poema, foi uma prosa, e hoje, uma crónica. Uma
crónica que ofereço a quem me estiver a ler. Escrevo-a para consolidar que nada
é ridículo, quando, existem seres que nos harmonizam com a vida. O meu cão foi despertador
nas manhãs mais preguiçosas, meu companheiro nos dias mais solitários, meu
terapeuta em momentos mais depressivos, meu calmante de ansiedade. A chuva,
lembra-me as minhas galochas de todas as cores, e as brincadeiras doidas e
enlameadas no parque. Uma alegria canina feito gente, e adivinho dos meus estados
de espírito, onde, todas as mordidas foram beijos meigos, deste cão, que
passeava a sua dona. Eu.
mz