Neste sítio onde eu vivo, conheço-a de cor. Posso não a olhar, por vezes, mas, posso cantá-la de memória como se canta uma canção. Sem me esforçar, apenas surge... Ilusória como fotogramas, sequência de imagens, cores, movimento e quase, quase... o cheiro. Espelho calmo de forma curva, azuis em degradé para lá do infinito... água transparente, ou turva de areia dançarina. Gaivotas aninhadas, ou rumo à calçada das pessoas. Homens em barcos de pesca, veleiros adormecidos e outros... outros de velas molhadas, abraçadas a este vento de Inverno. Passei por ti e não te olhei, mas conheço a tua canção neste sítio onde eu vivo. Baía em solstício de Inverno.
Original, escrito e publicado...
Mz