sábado, 27 de fevereiro de 2021

Quando os caminhos se fazem rios.

 

Quando os caminhos se fazem-se rios, anda a terra grávida de água do céu. Abraça-se esta água com a terra, para dar à luz os barcos pequeninos onde cabe apenas um só homem. Quando os caminhos se fazem rios, afogam-se as pedras, os musgos e as ervas num sepulcro profundo, até ser primavera.


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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Birdwatching em casa.




Montamos um cenário ao nosso gosto, obrigatoriamente com água, frutas e sementes.  Mesmo com muita chuva, eles, os passarinhos aparecem. 

O Chapim-azul informação aqui  é dos mais destemidos e, adora maçãs.

A partir de hoje, vou partilhar a variedade de espécies que passam pelo meu quintal com cenários feitos com flores da época e, outros acessórios. 

Espero que gostem.

Beijinhos e bom confinamento. 

Cuidem-se bem!

 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Birdwatching, Chapim-azul.

 





A máscara facial mais fofinha em dia de Carnaval.

Chapim-azul (Cyanistes ceruleus)  informação sobre a espécie aqui


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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Chapim-azul em dia de namorados.

 


O meu amor tem um segredo; fala sozinho com Deus. Rezas pianinhas. Angelicais. Não sei como se entendem os dois - diz-me apenas que o sente, sem me poder contar mais. Envia-me cupidos com asas cor de mar, onde navegam seus ais. No coração, um relicário, uma caixinha de beijos seus - um sol no peito e, um bem querer todos reais.


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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O Absurdo namoro à janela.




Nas cidades, o namoro à janela regressou do passado. 
Voltou para namorar as ruas, as poucas pessoas que passam e, os automóveis enquanto é dia. O absurdo namoro dos confinados que espreitam as ambulâncias da noite - rasto de luz azul como céu de morte. As insónias, e o paradoxo inocente da bisbilhotice do medo. 

Um namoro impaciente que torna as noites mais longas de sempre num silêncio de paz roubada. Então, alguém canta um fado, ou uma canção da moda. O som de um piano, uma guitarra, um acordeão, um saxofone, uma pandeireta e, faz-se um baile à janela. Soa na noite um coro de alegria em tempo desafinado.



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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Pequenas joias.

 



Margaridas Africanas e Cavalinha - disse eu ao rapaz que gostava de flores. Calou-se. Um silêncio amuado e confuso, com olhos presos ao chão. Retornou curioso de sobrolho franzido questionando-me:

-Porque me mente se o que vejo, não me parecem flores?

- Então, e se te disser que elas nascem como pequenas joias, acreditas? Perguntei com voz sussurrante, como se o fizesse para quem acaba de acordar.

- Sim mm! - Disse o rapaz arrastando a afirmação, prolongando a sonoridade como se fizesse eco e, se tornasse bumerangue. Agitado de entusiasmo próprio de criança, prometeu que as guardaria no seu cofre de memórias. Deixou para trás a carranca e o amuo, e foi fotografar as flores com o olhar.


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