domingo, 6 de maio de 2018

Chapim-azul

Texto e fotografia,mz



Hoje, o meu primeiro Chapim-azul é para lembrar as tias. Alegres como estas cores, de olhares vivos, peito farto e vaidosas nos colares.
Neste dia quente e a idade adiantada, o frenesim balança entre uma sesta, e a sesta ganha. O Chapim é para as tias pelos riscos em papel de seda que era de pássaros e flores no linho dos lençóis e das toalhas bordadas. A paciência da minúcia das laçadas, os contornos e os cheios, os nozinhos e o matiz, e as cores suaves para que lhes embalassem os sonhos da noite, quiçá.
Queridas tias, tantas horas, tanta paixão nesta arte dos enxovais. O direito e o avesso na perfeição e num instante, o virar de um copo de vinho nas toalhas e os suores nas almofadas. O amor real a sujar esta arte, como assim deve de ser, pois então!


a rondar a ameixeira do quintal.