No meio do cheiro a flores, dos ecos e murmúrios, pensava no
desejo da mãe que muito tempo antes de fazer oitenta anos, dizia sempre que
depois de fechada já não a abrissem mais. E assim se cumpriu.
O Frei tomou da
palavra e transformou a retórica numa visualização simples.
E comparou a vida a uma tenda. Uma tenda não é um
castelo, não é uma mansão nem mesmo a mais humilde das casas de alicerces
enraizados à terra. Uma tenda não é uma habitação permanente. Monta-se e
desmonta-se como se vive e se falece. E durante o tempo em que permanecemos na
tenda, todas as fragilidades passam por nós. Ela é frágil, verga com o vento,
desmancha-se com uma tempestade. E o vento, a chuva, o sol, o frio e todas
as adversidades dos elementos tornam-se nas adversidades da vida humana.
mz
fotografia: aqui