sábado, 18 de novembro de 2017

Os cães e uma liberdade quase primitiva.

 
Texto e fotografia,Mz





Tem dias que se passeiam como se tudo fosse deles. Tomam conta da estrada, da terra, das coisas do homem. Sem perderem a afabilidade, ainda caçam roubando galinheiros de ferrolhos frágeis ou, de cancelas velhas a donos descuidados. São os cães. Principalmente os cães. Fotografei-os de manhã cedo com este sol dourado de Novembro, e depois, ao final da tarde, com o mesmo sol, contudo, quase morto. Ocorre-me que a brutalidade de ser comido por outros bichos, é um pensamento de uma bestialidade que nos fere a sensibilidade. Aqui na aldeia, é tudo mais bruto, mais bravo e transigente. Uma liberdade primitiva com a mais-valia de se poder dormir num telheiro quente até à noite, de trazer as patas sujas para o pátio de casa, e depois, receber afagos e mimos sem a repreensão dos donos.