terça-feira, 27 de abril de 2010

Vinho...


Eu sei, acontece-me sempre!

Por favor, se me querem ver sóbria, não me dêem vinho branco gelado ao almoço ou ao jantar ou a outra hora do dia...
Sou moderada nestas questões alcoólicas, mas, não sou perfeita e não corto a cepa.
Hoje, é a primeira vez que vos escrevo levemente embriagada.
Embriagada... acho que é uma palavra muito forte.
Que se lixe... que seja levemente embriagada.
Assim como se me faltasse o chão... quase gravidade zero...
A sensação é boa, mas preocupante.
Muito riso.
Língua solta... e não me responsabilizo com o que possa acontecer ainda hoje.
Acho que o melhor é apagar ‘levemente embriagada’ e escrever ‘estado de graça’ que achas?
Vá lá... ajuda-me!
É a primeira vez que escrevo assim...
Ai se tu me visses nas raras vezes em que isto me acontece!
Irias saber como sou verdadeiramente divertida, sem impasses, sem regras...


Por favor, não me dêem vinho branco gelado!


(imagem:Google)


Com carinho
Mz



domingo, 25 de abril de 2010

Hoje...


Abril de águas mil...
Abril de espera e de campainhas
Do compasso e dos passos
Abril púrpura
Abril do senhor, da cruz e da agonia
Abril de água benta
Abril dos ramos de oliveira e do cheiro a alecrim
Abril nas ruas e dos cravos também
Abril vermelho e de promessas mil
Abril de todas as cores
De todas as palavras...
Abril de sonhos e de quimeras
Abril de desespero e de pranto
Mas de liberdade

Hoje!



(imagem:Google)


Com carinho
MZ






domingo, 18 de abril de 2010

Ironia...


Se o destino te confidenciar que irás partir no dia em que festejares mais um dos teus aniversários, talvez te rias... talvez soltes uma gargalhada bem forte, talvez digas um palavrão.
Os teus amigos e os teus familiares irão acompanhar-te no riso e irão brincar contigo.
A espuma gelada do champanhe irá subir e para além dos flûtes, as pessoas que te acompanharão também te tocarão e o brinde será ao som frágil do cristal. Será um brinde à vida... SEMPRE!
Se o destino te confidenciar que irás partir no dia em que festejares mais um dos teus aniversários, também poderás ter uma visão romântica, porque não?
Por diferença de anos, nascer e morrer na mesma data e no intervalo, VIVER!
Dar as voltas que têm de ser dadas.
Caminhar... cair e levantar.
Aprender.
Sentir dor, calor e frio.
Desgostos e gostos e todos os afectos.
O dia em que já cá não estaremos será um dia...
Tudo na vida é incerto, mesmo o que consideramos mais certo.
O destino não nos confidencia estas coisas.


Assim foi com a Cris...
VIVEU no intervalo e partiu no dia em que poderia festejar mais um aniversário.
Não escolheu.

14 Abril - 1956/2010






(fotografia de: RGallacc)


Com carinho
MZ

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Luto

terça-feira, 13 de abril de 2010

Fui ao CCB

Joana Vasconcelos no Museu Colecção Berardo/CCB 



Das  varandas, o ferro forjado
num garrafão de 5 metros
no Jardim das Oliveiras
este é o...
'Senhor Vinho'

Linhas enlaçadas e pontos certos
Dos enxovais das jovens noivas
Das janelas engalanadas
Das procissões e das tradições
Esta é a...
'Donzela'



De branco e quem sabe menstruada...
14 mil tampões 'ob' compõem este lustre de 4,7m

'A Noiva'


Já não é de Cristal
voltou às origens...
aos tachos e panelas
esta é a...
'Cinderela'




Vermelho dos afectos
amarelo do ouro
preto do fado
milhares de talheres de plástico...
este é o...
 'Coração Independente'

*****

'SEM REDE'
exposição temporária de Joana Vasconcelos

Vale a pena ver!


com carinho
MZ


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Visualizar e Relaxar...

Consciente da minha respiração e das sensações do meu corpo, escolho um espaço tranquilo.

Sento-me confortavelmente...
Os meus braços poisam relaxados sobre as minhas pernas cruzadas.
Com eles, as mãos que se ajustam aos meus joelhos.
Uno o polegar com o indicador, semicerro os olhos, endireito o tronco como um fio-de-prumo.
Os ombros, levemente para trás, expõem o meu peito.

Assim...
Inicio uma respiração muito profunda.
Inspiro e expiro deixando que todas as tensões e emoções do meu corpo se libertem em cada saída de ar.
Coloco as minhas mãos em forma de cálice junto ao meu colo.
A minha mão direita por baixo e a esquerda por cima unindo os polegares.
Inspiração e expiração profunda...
Imagino uma esfera verde cardo no centro da minha mão.
Tem o mesmo tamanho da concha formada pelo meu cálice.
Esta esfera não sai, ajusta-se a este ninho.
A cada inspiração, visualizo que, através do intercílio (centro das sobrancelhas), se projectam feixes de luz azul celeste que embatem no espaço que me rodeia. Paredes, janelas, objectos...
Feixes estes que, que se projectam e se dissipam...
Formam uma nuvem azul celeste que me envolve assim como a todo o espaço.
Esta cor, azul celeste, vai desmaiando até se transformar em branco zinco.
Envolve-me...
Visualizo a esfera verde cardo na minha mão.
Demoro-me...
Abro as pálpebras.
Lentamente volto a tomar consciência do meu corpo.
Deito-me com as mãos ao longo do corpo, as palmas voltadas para cima.
Inspiro profundamente e expiro ao meu ritmo.
Relaxo
Pés...
Pernas...
Barriga...
Estômago...
Peito...
Braços...
Mãos...
Pescoço...
Lábios...
Língua...
Dentes...
Olhos...
Centro das sobrancelhas...
Testa sem rugas...
Couro cabeludo...
Semblante relaxado e sorridente...



(Imagem:Google)

Pratiquei Yôga durante quase 4 anos e por vezes, ainda recorro à visualização de cores e lugares que ajudam a energizar e relaxar.
Foi uma aprendizagem para a vida.
É preciso ter sorte com os professores, porque yôga não se resume só a exercícios contorcionistas.

Com carinho
MZ


quinta-feira, 1 de abril de 2010

MEDO

Dentro de mim, caixa de ébano

Arritmias constantes, batidas em cadafalso
O medo é profundo
O meu medo é o meu abismo...
Não me deixes ir sozinha!
O caminho é escuro, prolonga-se sem fim
Excede o maior pavor que possas imaginar...
Não me deixes ir sozinha!
Não há luz
O caminho já não é caminho
É uma viela estreita...
É uma garganta tenebrosa que me sorve
Colam-se-me as solas ao chão
Acorrentam-se-me as botas
Quero andar, mas dissipam-se-me as forças
Não me deixes ir sozinha!
O medo é profundo
Os ciprestes esticam-se
Os muros são altos
A minha sombra alonga-se... qual gigantes ou corcundas
Eu te esconjuro sombra que cobres muros de figuras grotescas
Eu te esconjuro oh céus, quando de veludo negro são tuas vestes
Não me deixes ir sozinha!
O medo é profundo
O meu medo é o meu abismo...



 Para a FÁBRICA DE LETRAS  este Mês de Abril com o tema “ABISMO”



(Imagem:Google)






Com carinho
MZ