A casinha funda, térrea, fresca e musguenta, o esconderijo.
O clube de Verão até ao último dia de férias. Da casinha do poço de céu
aberto, saíam por vezes ecos malcriados dos miúdos que hoje já têm filhos crescidos.
Contam-lhes do esconderijo, o lugar onde gostavam de soltar as palavras mais feias da
língua portuguesa. As palavras proibidas. O prazer de gritar bem alto. E o eco
era a fascinação. O eco, o retorno de se ouviram a eles próprios num gozo que
ninguém conseguia entender.
Mz
imagem: David Lorenz Winston