Texto e fotografia,Mz
Eu tenho flores.
Nasce assim uma simbiose com a biodiversidade onde a
recompensa é uma soma apaixonante apenas porque gostamos deste mundo. E gostar,
é mesmo amar o que nos pode salvar a vida. Da sacada a poente, ao fim do dia, uma
língua de floresta afogueada e um pôr do sol tão poderoso que o verde se torna
inflamado, abraseado. Cá dentro, onde o gradeamento nos divide do caminho de
todos, tudo se ilumina por instantes e temos então em corredor, uma fila de alfazemas com as flores de um roxo ainda mais intenso. Ao fundo, os malmequeres mais amarelos,
mais luminosos e as lantanas, mais coloridas. Tudo serve de poiso aos insectos que
entre as flores, e o alimento, desconfio do namoro, porque nunca sabemos ao
certo, se não serão também, alguns beijos.