O dia já vai alto lá no largo.
Levantam-se os velhos dos bancos e espreitam a capela.
Cheira a flores e a suor.
Brilha o Santo de nome António, rosto corado, quiçá envergonhado...
Tantas raparigas para uma imagem tosca de calcário!
Teimosas, afogueadas, de peitos empinados, as mordomas que são solteiras, continuam a dar-lhe lustro. Esquecem-se todos os anos que ele já fora homem um dia...
Empoleiram-no no andor, enfeitam-no de flores e feto-real.
Está pronto, amanhã vai arejar!
Rejubila uma vez por ano, para depois voltar de novo à clausura.
É tempo de festa na aldeia...
Os velhos falam de reumático, de procissões e acendem uma luz no olhar.
Fotografia de: Jfifas
Com carinho
MZ