Hoje já não me zango contigo. Talvez apenas por momentos, mas depois passa. Tudo passa. Somos homens e mulheres diferentes e daí os amuos e as raivas, o encantamento e os abraços também.
Tudo passa... Passa o tempo, passa a vida mais cedo para uns do que para outros e, também nos zangamos com isso. Seria melhor uma vida a correr e, num instante, a idade, mais do que tudo, lembrar-nos que o fim se aproxima. Como um coto de vela muito usada quase sem pavio, um sopro que se apaga quando a vida já é frágil e os corpos têm de se despedir de outros corpos. Como um Verão que passa a Inverno sem nos recordarmos que tivemos um Outono pelo meio. Zangamo-nos mas aceita-se mais facilmente.
Tudo passa... A tristeza dos que ficam também vai passar, é como um luto que não é bem-vindo, mas é inevitável. Parece que a tristeza é contraditoriamente necessária, purga-nos do riso fácil e estúpido e, por vezes serve para nos lembrar como é bom alegrarmo-nos com as coisas verdadeiramente boas. Festejar a nossa vida, por exemplo.
Hoje, apenas me apetece dizer que Agosto não é tempo para ficar triste, nem doente e muito menos uma época para morrer às pressas. Parece que se enterra fruta madura.
Stone Roberts- Paintings & Drawings
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Com carinho
Mz
Mz