Texto e fotografia,mz
Janeiro tem dias cinzentos como é suposto que seja. Não há
nada a fazer. Na aldeia aceitam-se bem. O sol parece a lua, as árvores parecem
mortas. A paisagem é sensorial; pode ser soturna, pode ser mágica, pode ser
misteriosa, calma ou medonha. Os dias cinzentos são uma riqueza de
ambiguidades. Estes dias desprovidos de cor são como um caderno a estrear, tudo
é mais limpo, tudo é mais silêncio e a introspecção é mais profunda. Se tivermos
a oportunidade de nos fundirmos com o nevoeiro, parece que o tempo deixa de
existir. É uma sensação de calma extrema, o foco, é apenas o momento e
passamos a gostar dos dias assim, porque também sabemos, que dias virão com todas
as cores.