Acordámos. Da escotilha, já se vê gente pequenina no areal.
O mar está azul, azul como gostamos; bom para mergulhar sem medo e bom para
despertar os olhos piscos com restos de sono. Procuramos os fatos de banho e baloiçamos
juntos, relembrando ao cérebro os lugares certos de cada coisa. Mergulhamos com
gritos histéricos e à maluca, sem idade. Assustamos o peixe miúdo que foge das
nossas braçadas atabalhoadas e tudo não passa de uma salpicada de sal pelo
corpo a correr muito. No convés, de pele arrepiada, enroupamo-nos nas
toalhas para tomar café da avó e comer pão com manteiga. Delícia. Baloiçamos
juntos novamente, com o mar e esta comida conforto, como se fossemos crianças.
mz
imagem: Armanda Passos
Artista plástica portuguesa