Texto e fotografia,Mz
Calçadas as botas do campo, esmaga-se um caminho de folhas velhas
amolecidas como pão de açorda demolhado e velho. Aqui, já não é bonito o
afogueado do outono quando lhe cai a chuva e o enlameado da terra deixa-nos
o chão em papa. Novembro carrega o desengraçado da natureza, a melancolia das
coisas mortas, e o cheiro amofinado dos bolores e do podre. A beleza tem de vir
de um olhar sensível e secreto, onde toda esta realidade se pode converter num
encantamento.