segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Resgatar o inanimado




Enfeitam-se as pedras frias com um calor que não transcende jamais, a dureza das perdas. É como se as flores que levamos retocassem os afectos e os transformassem numa aguarela utópica. Um desejo de festa que resgate o inanimado, em que quase fazemos deste feito, arte. Acendem-se as velas fúnebres e é nesta luz que perduram falas tão silenciosas e tão íntimas, que apenas cada um sabe das dores que sente.

mz





fotografia do Diário de Lisboa, blogger

12 comentários:

Miss Smile disse...

A dor sente-se no silêncio, na profundeza das emoções, no mais fundo do ser.

Um beijinho, mz

Laura Ferreira disse...

gostei.
obrigada pela visita :)

Benó disse...

Da tristeza faz-se festa, braçados de flores que rapidamente murcharão em cima das pedras lisas. As velas iluminarão o caminho de quem anda perdido. Dias especiais para lembrar quem partiu? Nenhum dia é dia de esquecimento.
Gostei de a ler.

manuela baptista disse...

muito terno este seu falar dos mortos


um abraço, Mz

La Joie de Vivre! disse...

palavras lindíssimas!! e gostei da foto também :)

A Casa Madeira disse...

Sentimentos o que fazer; senão acalentar...
Talvez a dor também é que nos faz humanos e
diferentes...

luisa disse...

Eu diria que avivamos a saudade.

Jaime Portela disse...

Um texto muitíssimo bom acerca de um dia bem triste...
Como penso ser a primeira vez que a visito, dei uma vista de olhos no seu blogue e gostei imenso, nomeadamente dos textos e das fotos. Voltarei, por isso.
MZ, tenha um bom resto de semana.
Abraço.

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, muito que queiramos evitar a magoa faz parte da nossa vivência.
AG

Agostinho disse...

Boa prosa.

Pelo sim pelo não flores.
Dores!
Pelo sim pelo não
a utopia
deste dia,permanece,
para descanso eterno
o peso da pedra.

mz disse...

Obrigada pelas suas palavras, Jaime Portela, seja bem-vindo!

:)

Parapeito disse...

Cada um sabe onde lhe doi mais,
Belo e triste...mas ficam sempre as flores e o tanto que temos em nós.
Abraço*