A casinha funda, térrea, fresca e musguenta, o esconderijo.
O clube de Verão até ao último dia de férias. Da casinha do poço de céu
aberto, saíam por vezes ecos malcriados dos miúdos que hoje já têm filhos crescidos.
Contam-lhes do esconderijo, o lugar onde gostavam de soltar as palavras mais feias da
língua portuguesa. As palavras proibidas. O prazer de gritar bem alto. E o eco
era a fascinação. O eco, o retorno de se ouviram a eles próprios num gozo que
ninguém conseguia entender.
Mz
imagem: David Lorenz Winston
24 comentários:
O gozo de ouvir a sua própria voz, o gozo de fazer soar a sua voz...
Lindo e ficam as lembranças...beijos,chica
Marta,
adolescentes...
Chica,
as lembranças dos rapazes...
Bjs
Até eu pecadora me confesso...e como os miudos revolto-me e grito produzindo não os ecos malcriados mas palavras mal criadas mas com sentido...porque quem cala consente e uma confissão pode ser um dom...
Bjo*
Mariavaicomasoutras,
dizem que liberta o stresse ;)
Bj*
Liberta o stresse mas para te confessar a verdade, nunca confesso tudo...a parte melhor fica sempre comigo.
Bjo*
É como a canção "...nem às paredes confesso..."
;)
também tive um poço,
se é que um poço se deixa ter
só quem experimentou o fascínio de um eco, sabe do que falamos
das casas na árvore, no fundo fresco, o último dia de férias
gostei!
um abraço, Mz
Claro que ainda se pode ter um poço. Hoje, obrigatóriamente tapado!Mas já não existem as casinhas para o motor de rega...
Abç
Fúria!
Esse adjectivo que nos toca a todos de uma forma ou de outra em todos os tempos.
Bj
Olá
As palavras
inundadas
de sentimentos simples,
que revelam
o melhor dos sentidos
que nos habitam,
encantam as vidas
de quem as encontra
em seus caminhos.
Parabéns pelo valioso
espaço de sentimentos.
Aluísio Cavalcante Jr.
Aluísio, bem vindo.
Obrigada.
A casinha guarda segredos e fascinação. Lindo poema.
Beijos
Acabaste de o transformar num poema...
beijos
Há muito boa gente que só fala para ouvir o seu próprio eco. Mas nem dizem nada...
Magnífico texto, gostei imenso.
Mz, querida amiga, tem um bom resto de semana.
Beijo.
Uma grande verdade... tudo espremido não vale nada.
Um abraço.
Curiosa a visão bucólica da casinha humida com o verão, do poço molhado com e céu aberto da inocência infantil com os palavrões, dos palavrões ditos baixinho com o gritar bem alto.
Terá o eco um efeito amplificador?
Para uma criança terá decerto um efeito mágico...
O que é magia?
E de certo modo os adultos são a amplificação das crianças... ou será ao contrário???
O homem sempre com as suas interrogações. Sempre com as suas dúvidas.
A malta à espera de coisas escabrosas e tu confessas isto?
Ética de cavalheiros ;)
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