domingo, 16 de setembro de 2012

Confissões



A casinha funda, térrea, fresca e musguenta, o esconderijo. O clube de Verão até ao último dia de férias. Da casinha do poço de céu aberto, saíam por vezes ecos malcriados dos miúdos que hoje já têm filhos crescidos. Contam-lhes do esconderijo, o lugar onde gostavam de soltar as palavras mais feias da língua portuguesa. As palavras proibidas. O prazer de gritar bem alto. E o eco era a fascinação. O eco, o retorno de se ouviram a eles próprios num gozo que ninguém conseguia entender.
Mz
imagem: David Lorenz Winston


24 comentários:

  1. O gozo de ouvir a sua própria voz, o gozo de fazer soar a sua voz...

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  2. Lindo e ficam as lembranças...beijos,chica

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  3. Chica,
    as lembranças dos rapazes...

    Bjs

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  4. Até eu pecadora me confesso...e como os miudos revolto-me e grito produzindo não os ecos malcriados mas palavras mal criadas mas com sentido...porque quem cala consente e uma confissão pode ser um dom...

    Bjo*

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  5. Mariavaicomasoutras,
    dizem que liberta o stresse ;)

    Bj*

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  6. Liberta o stresse mas para te confessar a verdade, nunca confesso tudo...a parte melhor fica sempre comigo.
    Bjo*

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  7. É como a canção "...nem às paredes confesso..."

    ;)

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  8. também tive um poço,

    se é que um poço se deixa ter

    só quem experimentou o fascínio de um eco, sabe do que falamos

    das casas na árvore, no fundo fresco, o último dia de férias

    gostei!

    um abraço, Mz

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  9. Claro que ainda se pode ter um poço. Hoje, obrigatóriamente tapado!Mas já não existem as casinhas para o motor de rega...

    Abç




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  10. Fúria!
    Esse adjectivo que nos toca a todos de uma forma ou de outra em todos os tempos.

    Bj

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  11. Olá

    As palavras
    inundadas
    de sentimentos simples,
    que revelam
    o melhor dos sentidos
    que nos habitam,
    encantam as vidas
    de quem as encontra
    em seus caminhos.

    Parabéns pelo valioso
    espaço de sentimentos.

    Aluísio Cavalcante Jr.

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  12. Aluísio, bem vindo.
    Obrigada.

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  13. A casinha guarda segredos e fascinação. Lindo poema.

    Beijos

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  14. Acabaste de o transformar num poema...

    beijos

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  15. Há muito boa gente que só fala para ouvir o seu próprio eco. Mas nem dizem nada...
    Magnífico texto, gostei imenso.
    Mz, querida amiga, tem um bom resto de semana.
    Beijo.

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  16. Uma grande verdade... tudo espremido não vale nada.


    Um abraço.

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  17. Curiosa a visão bucólica da casinha humida com o verão, do poço molhado com e céu aberto da inocência infantil com os palavrões, dos palavrões ditos baixinho com o gritar bem alto.
    Terá o eco um efeito amplificador?

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  18. Para uma criança terá decerto um efeito mágico...

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  19. O que é magia?

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  20. E de certo modo os adultos são a amplificação das crianças... ou será ao contrário???

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  21. O homem sempre com as suas interrogações. Sempre com as suas dúvidas.

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  22. A malta à espera de coisas escabrosas e tu confessas isto?

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  23. Ética de cavalheiros ;)

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Saber que alguém me lê, é bom.
Retribuirei a vossa visita com muito gosto.Obrigada