sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Nos intervalos, uma fotografia - fim de semana


São só dois dias e tanta bagagem!





*fotografia mz*

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Nos intervalos, uma fotografia - Amoras silvestres


Podem depenicar as amoras!
Este ano, estão pequeninas devido à seca, mas como são tão bonitas decidi colocá-las assim como se fossem flores.

*fotografia mz*

domingo, 23 de agosto de 2015

Sossego e uma pilha de roupa para passar





Os galos calados, nem um pio de pássaro. Todos os bichos nos ninhos, nas tocas e a aldeia meio adormecida. Uma chuva miúda que me dá gosto depois da ardência prolongada do sol e lembro-me dos meus amigos que chegaram ontem de corpos tão escurecidos. Ficam estranhos no regresso das praias, mudam de cor e fica-lhes bem o branco e o sol, não este céu grisalho e que não tarda, choroso. Neste silêncio, vou magicando esta crónica e esvaziando uma pilha de roupa amarrotada para montinhos a guardar nas gavetas. E vai o ferro namoradeiro, soltando suspiros de vapor enquanto o guio no corpo das roupas lavadas. É só uma hora e depois vou ali apanhar amoras.

mz



quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Nos intervalos, uma fotografia - Pescaria


A Rua Direita em  Aveiro tem esta pescaria.
Deixo apenas um pequeno vislumbre de peixes de um grupo de estrelas do mar, polvos  e outros seres marinhos que saem do projecto anual do grupo das tricotadeiras "Tricot de Guerrilha". É uma faina que transforma novelos coloridos em ruas muito criativas e nos fazem andar metros e metros de cabeça no ar levados por esta rede.


*fotografia mz*

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Estrelas cadentes e uma chuva de verão





Só os tolos vão ver as estrelas quando chove. Levam amigos iguais a eles e crianças de colo às cavalitas que não dormem apesar de ser noite. Aprende-se a ver no escuro. Escutam-se alguns insectos, o arredar do pinheiro manso e outras folhagens, conversas divertidas que se depreendem pelos risos que se soltam. Quando o céu fica seco de água, parece que o lavaram a propósito, as estrelas, lá aparecem, milhões delas e aguarda-se. Esperam-se as cadentes no mais escuro que se conseguiu e com o mar lá em baixo, aproveita-se a magia das coisas, alguma ilusão, nem que as estrelas nos matem.



mz


imagem: João Vaz de Carvalho
artista plástico e ilustrador, pesquisa google

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Nos intervalos uma fotografia - Gaivota


 ... :  Eu gosto disto.
... :  Gostas de quê? Do mar, de passear na água, ou de gaivotas?
... :  De tudo isso, Dona  gaivota!
... :  Pois eu gosto de sossego e de peixe.

*fotografia mz*


domingo, 9 de agosto de 2015

Como se fossemos crianças




Acordámos. Da escotilha, já se vê gente pequenina no areal. O mar está azul, azul como gostamos; bom para mergulhar sem medo e bom para despertar os olhos piscos com restos de sono. Procuramos os fatos de banho e baloiçamos juntos, relembrando ao cérebro os lugares certos de cada coisa. Mergulhamos com gritos histéricos e à maluca, sem idade. Assustamos o peixe miúdo que foge das nossas braçadas atabalhoadas e tudo não passa de uma salpicada de sal pelo corpo a correr muito. No convés, de pele arrepiada, enroupamo-nos nas toalhas para tomar café da avó e comer pão com manteiga. Delícia. Baloiçamos juntos novamente, com o mar e esta comida conforto, como se fossemos crianças. 

mz



Artista plástica portuguesa

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Nos intervalos, uma fotografia - Um vaso de céu

Um vaso de céu,
 e é só isto.

*fotografia mz*

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Ter tempo







Como todos os verões, a Esmeralda tem uns dias seguidos para a mãe. Enquanto todos dormem até tarde, elas madrugam. Estendem as toalhas de praia como se dormissem na mesma cama, e conta-lhe das impaciências, das ânsias, das coisas que tem medo de não ter tempo de fazer. A mãe faz silêncio. Depois, os murmúrios das vozes que vão chegando, confundem-se com o sussurro da mãe que chega como se lhe falasse ao ouvido. 
- Olha, já agora, quando morrer, quero ir para uma campa para que, as pessoas que gostam de mim me possam levar flores. Sou como aquela senhora do filme em que, os gatos não têm vertigens. Isso mesmo, um filme. Um bom filme para mim, de vez em quando, ajuda-me a esclarecer dúvidas. Por isso minha filha, não recuses a receita que te dei, aquela dos pãezinhos. A que andas há anos para fazer, porque dizes que não podes esperar que a massa levede. Faz os pãezinhos e compara-os à vida. Não há segredos.

mz  



artista plásticas contemporânea  portuguesa