domingo, 9 de agosto de 2015

Como se fossemos crianças




Acordámos. Da escotilha, já se vê gente pequenina no areal. O mar está azul, azul como gostamos; bom para mergulhar sem medo e bom para despertar os olhos piscos com restos de sono. Procuramos os fatos de banho e baloiçamos juntos, relembrando ao cérebro os lugares certos de cada coisa. Mergulhamos com gritos histéricos e à maluca, sem idade. Assustamos o peixe miúdo que foge das nossas braçadas atabalhoadas e tudo não passa de uma salpicada de sal pelo corpo a correr muito. No convés, de pele arrepiada, enroupamo-nos nas toalhas para tomar café da avó e comer pão com manteiga. Delícia. Baloiçamos juntos novamente, com o mar e esta comida conforto, como se fossemos crianças. 

mz



Artista plástica portuguesa