segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Chuva




 
Nesta tarde quase noite de céu acabrunhado
A chuva, meu amigo, cai desavergonhadamente.
Cai fria em rosto afogueado.
Acelera passos e emperra ossos velhos.
Prende a idade em casa e a casa é refúgio.
Os bichos enroscam-se em abrigos nesta tarde quase noite.
No cinzento do dia meu amigo, lá fora, a natureza molha-se.
A terra que já é lama, faz pesar mais cada passo.
Arrastam-se as botas gastas pelo campo
E os saltos finos, atrasam os encontros.
As ruas já são rios, nesta tarde quase noite!






Fotografia: Nuno Sampaio

Com carinho
Mz