O mundo parece um pistoleiro com as armas na cintura. O
homem, de um dos lados, e a natureza do outro. Rápidos no manejo e na destreza
das armas conforme o capricho, ou a obsessão de cada um. Ora disparo eu, ora
disparas tu. Ambos criam, ambos destroem. Tudo se move veloz, efémero, e nascem os dias para lembrar tudo o que nos foge.
Esta semana, especialmente USA.
Ocorreu-me este pensamento em
jeito de faroeste americano a propósito dos últimos atentados terroristas e
todas as catástrofes naturais que não dá tréguas ao mundo. Muito ruido, muita
agitação, e em menos de um minuto, destruição, dor, medo. Como se a vida
estivesse prestes a terminar. E enquanto a poeira assenta, a pausa. A "deixa"
secreta em que este mundo pistoleiro carrega mais balas no tambor das suas
armas.
Mz
Imagem: Max Ernest -L'Ange du Foyer,
16 comentários:
Tens toda a razão, mas ainda o que mais me chocou, pela crueza das declarações dos assassinos, foi a execução do antigo soldado britânico, em Londres.
A sociedade move-se por interesses essencialmente económicos, onde as pessoas pouco contam, o pouco que contam serve sempre para aumentar o pecúlio de uns quantos, aqui surgem os chamados interesses políticos ondem só contam os que vociferam em defesa da dita economia.
Nós continuamos a valer muito mais do que isso por mais bombas ou atoardes que nos lancem.
Beijinho MZ
As catástrofes naturais nos USA, poderiam realmente abrir as mentes para a efemeridade de tudo, mas parece que já se habituaram a elas...
Quanto ao resto, acho que só os atentados de NY os deixaram a pensar um pouco, mas no fundo não aprenderam nada.
Ainda existem uns quantos a falar em Guantanamo, mas ninguém os ouve... e as armas continuarão nos coldres do país e dos cidadãos.
a violência da natureza,
os homens e a sua própria natureza
a contradição de um mundo, que é o nosso e todas as armas ao alcance de uma mão
é mesmo, oh, mundo! MZ
um abraço
Joao, foi chocante como todos os assassinatos. A forma como o realizaram, segundo se diz - de acordo com os rituais da sua terra e religiao - Nigeria.
Assassinaram brutalmente, manifestaram-se e reclamaram o acto sem abandonarem o corpo Isso tornou o acto ainda mais barbaro. Diria mesmo perverso.
Mariavaicomasoutras,
eu entendo o teu raciocinio.
Nem sempre sao necessarias armas para se cometerem actos terroristas. Algumas politicas sociais que temos vindo a sofrer, encapotadas pela fragilidade economica, mostra-nos por vezes essa crueldade.
Bjs
Laura,
tirando quem sofre directamente as perdas seja numa catastrofe natural ou numa catastrofe terrorista, parece-nos de facto efemero.
Para alem da historia que se escreve, criam-se trubutos erguendo-se monumentos, entre outros. E bem.
O homem necessita de "coisas" e dias que nos lembrem tudo o que nos foge pelo passar do tempo.
Contudo, se perguntarmos quantos dos nossos nacionais sucumbiram no ataque do 11 de Setembro, quem se recorda?
- Entre 2.996 foram cinco dos nossos.
Manuela,
Toda a natureza na sua força; para o bem e para o mal.
Ainda temos o equilibrio de um com o outro, do outro com tudo. Temos os sentimentos, o respeito e o bom que nos sabe a vida.
Oh mundo!
Fiquei agarrada á imagem mas o texto superou-me! exprimis-te tão bem aquilo que sinto!
Bjs
As armas são desiguais, acabaremos por perder, mas não nos podemos render...
Lilás, a imagem é surreal, completamente louca tal como por momentos achamos o mundo.
Bjs
Rui, o ser humano rende-se perante o poder da natureza por respeito. Pois conhece os seus próprios limites, contudo, também a desafia. No melhor e no pior.
Não baixa os braços. Reconstrói e tenta melhorar as estruturas que o possam proteger dos elementos naturais.
Já se começa a ter alguma responsabilidade ecológica, mas
continuamos a não respeitar o planeta. sufocamos a atmosfera e a nós próprios. Os desequilíbrios ambientais são cada vez mais evidentes por nossa culpa, pelo nosso egoísmo, pela nossa ganância.
Mas a natureza por si só também é violenta para como homem. Sempre o foi mesmo muito antes das emissões de dióxido de carbono, por nós provocadas.
A destruição da natureza é natural e cíclica. Sempre acontece mas muitas vezes ela é fruto da destuição do próprio homem.
Os pistoleiros ocasionais são figuras reais que aparecem e executam actos loucos sem respeito por ninguém e descarregando nos inocentes a sua loucura...
Cada dia aparecem mais e a todos os níveis desde o político até a um desgraçado da rua - pé descalço.
Concordo plenamente consigo Luís!
E ocorreu-te muito bem. Há um claro duelo entre o homem e a natureza mas, temo que, a natureza consiga vencer o homem. Beijinhos
Podemos contorná-la, tentar entender como se movem os ventos, as correntes, as marés, as tempestades... todavia somos sempre surpreendidos. A natureza é mais forte.
Bjhs
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