quinta-feira, 23 de maio de 2013

Oh Mundo!


 
O mundo parece um pistoleiro com as armas na cintura. O homem, de um dos lados, e a natureza do outro. Rápidos no manejo e na destreza das armas conforme o capricho, ou a obsessão de cada um. Ora disparo eu, ora disparas tu. Ambos criam, ambos destroem. Tudo se move veloz, efémero, e nascem os dias para lembrar tudo o que nos foge.
Esta semana, especialmente USA.
Ocorreu-me este pensamento em jeito de faroeste americano a propósito dos últimos atentados terroristas e todas as catástrofes naturais que não dá tréguas ao mundo. Muito ruido, muita agitação, e em menos de um minuto, destruição, dor, medo. Como se a vida estivesse prestes a terminar. E enquanto a poeira assenta, a pausa. A "deixa" secreta em que este mundo pistoleiro carrega mais balas no tambor das suas armas.  

Mz


 
Imagem: Max Ernest -L'Ange du Foyer,
Pesquisa  google Surrealismo, 1891-1976

16 comentários:

João Roque disse...

Tens toda a razão, mas ainda o que mais me chocou, pela crueza das declarações dos assassinos, foi a execução do antigo soldado britânico, em Londres.

Mariavaicomasoutras disse...

A sociedade move-se por interesses essencialmente económicos, onde as pessoas pouco contam, o pouco que contam serve sempre para aumentar o pecúlio de uns quantos, aqui surgem os chamados interesses políticos ondem só contam os que vociferam em defesa da dita economia.
Nós continuamos a valer muito mais do que isso por mais bombas ou atoardes que nos lancem.

Beijinho MZ

Laura Santos disse...

As catástrofes naturais nos USA, poderiam realmente abrir as mentes para a efemeridade de tudo, mas parece que já se habituaram a elas...
Quanto ao resto, acho que só os atentados de NY os deixaram a pensar um pouco, mas no fundo não aprenderam nada.
Ainda existem uns quantos a falar em Guantanamo, mas ninguém os ouve... e as armas continuarão nos coldres do país e dos cidadãos.

manuela baptista disse...

a violência da natureza,
os homens e a sua própria natureza


a contradição de um mundo, que é o nosso e todas as armas ao alcance de uma mão

é mesmo, oh, mundo! MZ


um abraço

mz disse...

Joao, foi chocante como todos os assassinatos. A forma como o realizaram, segundo se diz - de acordo com os rituais da sua terra e religiao - Nigeria.

Assassinaram brutalmente, manifestaram-se e reclamaram o acto sem abandonarem o corpo Isso tornou o acto ainda mais barbaro. Diria mesmo perverso.

mz disse...

Mariavaicomasoutras,
eu entendo o teu raciocinio.

Nem sempre sao necessarias armas para se cometerem actos terroristas. Algumas politicas sociais que temos vindo a sofrer, encapotadas pela fragilidade economica, mostra-nos por vezes essa crueldade.

Bjs

mz disse...

Laura,
tirando quem sofre directamente as perdas seja numa catastrofe natural ou numa catastrofe terrorista, parece-nos de facto efemero.

Para alem da historia que se escreve, criam-se trubutos erguendo-se monumentos, entre outros. E bem.

O homem necessita de "coisas" e dias que nos lembrem tudo o que nos foge pelo passar do tempo.

Contudo, se perguntarmos quantos dos nossos nacionais sucumbiram no ataque do 11 de Setembro, quem se recorda?

- Entre 2.996 foram cinco dos nossos.

mz disse...

Manuela,
Toda a natureza na sua força; para o bem e para o mal.

Ainda temos o equilibrio de um com o outro, do outro com tudo. Temos os sentimentos, o respeito e o bom que nos sabe a vida.

Oh mundo!

Lilá(s) disse...

Fiquei agarrada á imagem mas o texto superou-me! exprimis-te tão bem aquilo que sinto!
Bjs

Rui Pascoal disse...

As armas são desiguais, acabaremos por perder, mas não nos podemos render...

mz disse...

Lilás, a imagem é surreal, completamente louca tal como por momentos achamos o mundo.


Bjs

mz disse...

Rui, o ser humano rende-se perante o poder da natureza por respeito. Pois conhece os seus próprios limites, contudo, também a desafia. No melhor e no pior.

Não baixa os braços. Reconstrói e tenta melhorar as estruturas que o possam proteger dos elementos naturais.

Já se começa a ter alguma responsabilidade ecológica, mas
continuamos a não respeitar o planeta. sufocamos a atmosfera e a nós próprios. Os desequilíbrios ambientais são cada vez mais evidentes por nossa culpa, pelo nosso egoísmo, pela nossa ganância.

Mas a natureza por si só também é violenta para como homem. Sempre o foi mesmo muito antes das emissões de dióxido de carbono, por nós provocadas.

Unknown disse...

A destruição da natureza é natural e cíclica. Sempre acontece mas muitas vezes ela é fruto da destuição do próprio homem.

Os pistoleiros ocasionais são figuras reais que aparecem e executam actos loucos sem respeito por ninguém e descarregando nos inocentes a sua loucura...

Cada dia aparecem mais e a todos os níveis desde o político até a um desgraçado da rua - pé descalço.

mz disse...

Concordo plenamente consigo Luís!

Brown Eyes disse...

E ocorreu-te muito bem. Há um claro duelo entre o homem e a natureza mas, temo que, a natureza consiga vencer o homem. Beijinhos

mz disse...

Podemos contorná-la, tentar entender como se movem os ventos, as correntes, as marés, as tempestades... todavia somos sempre surpreendidos. A natureza é mais forte.

Bjhs