Com os sorrisos escondidos em máscaras de pintinhas, plissam os
olhos de alegria e oferecem-me alfazema. Contam-me as tias. As minhas tias
confinadas. Contam-me que acariciam vezes sem conta os gatinhos que lhes sobem para o
colo. A calçada da entrada, já tem rasto de chinelo, uma estradinha arada de
passos cansados, como as batidas do coração. Dizem ter os sapatos de saltinho, guardados
em bolsas de pano cru, por causa dos bolores. Enfeitam os cabelos com os rolos
antigos, cor-de-rosa e, em cada onda que lhes fica, navegam as memórias e estas
conversas ao postigo.
(clicar na fotografia para melhor imagem)
10 comentários:
Que linda foto, bolsa de crochet e como as tuas tias, confinada há um anos estou...Triteza! bjs, chica
E são as lembranças que nos chegam e fazem companhia neste isolamento.
As coisas ganham vidas e se multiplicam no olhar e no olhar brotam em poesias, as saudades de tudo que fizemos e ou tivemos.
Abraços
Pouco a pouco vamos retomar alguma liberdade de movimentos.
Sem pressa, sem precipitação.
Bjs, bfds
Precioso bodegón. Con un buen contraste y un excelente control de las luces. Además con el buen complemento del relato.
Un saludo.
Lindíssimo texto e fotografia !
Não se me perca na belíssima fotografia se na poesia das palavras.
Tudo perfeito , parabéns!
Beijinho e continuação de feliz fim de semana !
Fê
Gosto da foto e do texto!!!
Bom domingo!
Navegar as memórias. Tão belo este texto, tão delicado como as mãos das tias a afagarem o dorso dos gatos.
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Viva a Poesia!
Beleza de foto, beleza de texto. Não há como não ficar encantada. :)
Saudades das janelas e portas abertas e dos contos das tias a contar os dias,
felizes?
Serão e seremos também.
um abraço, Mz
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