Na mesa, uma toalha de recortes com todas as fotografias que
nos cabem no coração. Desfiamos um rosário de máscaras, benzemo-nos em
antissético e, rogamos calor de abraços e de beijos inocentes. Suplicamos pela vida, imploramos os laços de
sangue. Ano de cruz. Lá fora, a última lua cheia da década, o último dia do ano
e, os amigos que não entram em casa. Prisioneiros e famintos, somos como lobos
em matilha num dia frio de profundo inverno. Acendemos as velas, olhamos fixos
a chama como se fosse verão e, acreditamos que não estamos sós.
(clica na fotografia para melhor imagem)