segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Eu já tive um cão




Eu já tive um cão e não sei se quero outro. Um dia fiz-lhe um poema, outro dia, uma prosa. O poema foi para um amigo, a prosa foi para mim. E todas estas coisas que escrevi foram em paralelo, para um "ser sem alma" como dizem dos animais. Foi um poema, foi uma prosa, e hoje, uma crónica. Uma crónica que ofereço a quem me estiver a ler. Escrevo-a para consolidar que nada é ridículo, quando, existem seres que nos harmonizam com a vida. O meu cão foi despertador nas manhãs mais preguiçosas, meu companheiro nos dias mais solitários, meu terapeuta em momentos mais depressivos, meu calmante de ansiedade. A chuva, lembra-me as minhas galochas de todas as cores, e as brincadeiras doidas e enlameadas no parque. Uma alegria canina feito gente, e adivinho dos meus estados de espírito, onde, todas as mordidas foram beijos meigos, deste cão, que passeava a sua dona. Eu.

mz


imagem: Obra de Gustavo Rosa
Pintor e artista plástico Brasileiro
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