quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Pose no coração.



Foi um desassossegado tempo parado em dias de confinamento. Nunca pensei fotografar pássaros num estúdio inventado - das coisas velhas, das tias - um chapeleiro que se virou ao contrário e transformou-se em bebedouro de pássaros. No frenesim, ou na lentidão das voltas das avezinhas que sobrevoavam o laranjal, um descanso de asas e o bebericar no meu chapeleiro louco. Depois, veio o desconfinamento, as lojas a abrirem e comprei um coração para dar uma graça ao meu estúdio inventado. Hoje, com o coração a desmaiar de cor, partilho estes passarinhos juvenis, crias dos que por cá passaram.


(Chapim-azul (Cyanistes caeruleus),