sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Aterrei...




Aterrei na areia aos saltinhos como um animal coquete com cócegas nos pés. E tal como eu, também outros saltam sem jeito no areal até se colocarem a salvo daquele chão aceso. Aqui, existe um zumbido de colmeia que não devia estar. São as conversas na areia que zunem soltas em diferentes línguas e, quanto mais o sol queima, maior se torna esta espécie de enxame. Abrem-se guarda sóis que giram aos gomos quando o vento quer. Repousam nas cores das toalhas mais ossos e mais carnes à vista de todos. Solta-se por vezes uma brisa e, mesmo ao meu lado,  o tropical coco comprimido no frasco quando se besuntam os corpos. Se o vento mudasse de rumo...
-  É isso!
Quanto mais distantes forem as conversas maior afinação têm as ondas.
- É essa cadência do gigante azul que eu quero. É esse ir e vir desmaiando transparente de tanto correr areia fora.



Mz
Imagem: Isabel Galery Aqui