quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Estrelas cadentes e uma chuva de verão





Só os tolos vão ver as estrelas quando chove. Levam amigos iguais a eles e crianças de colo às cavalitas que não dormem apesar de ser noite. Aprende-se a ver no escuro. Escutam-se alguns insectos, o arredar do pinheiro manso e outras folhagens, conversas divertidas que se depreendem pelos risos que se soltam. Quando o céu fica seco de água, parece que o lavaram a propósito, as estrelas, lá aparecem, milhões delas e aguarda-se. Esperam-se as cadentes no mais escuro que se conseguiu e com o mar lá em baixo, aproveita-se a magia das coisas, alguma ilusão, nem que as estrelas nos matem.



mz


imagem: João Vaz de Carvalho
artista plástico e ilustrador, pesquisa google