A aldeia com duas faces, uma moeda e dois cunhos diferentes.
O rio, com toda a biodiversidade que lhe é característico e que vos tenho
falado. Os arrozais, as cegonhas, as garças, os corvos, e os menos visíveis; os insectos, os répteis, os lagostins e toda uma vida submersa nos pântanos – verdes
intensos e cheiros molhados. Depois, a floresta. A terra castanha e outro verde,
aroma de musgo seco, pinho resinoso, o adstringente do malfadado eucalipto e os carvalhos com bolotas ainda pequeninas. Começa a despontar agora, a urze, que lá para Outubro,
pela festa da Nossa Senhora do Rosário, parecendo milagre, lança pela terra infindáveis tufos
de cor lilás. E ainda temos amoras nos lugares mais sombrios, esta selvagem doçura
que nos seduz o palato; espinho e veludo, tal como a vida, uma moeda de duas
faces e esta minha aldeia que vos conto, agora em Setembro.
9 comentários:
As amoras fizeram-me sentir saudades de um tempo que já nõ volta.
Bjs, bfds
Tão lindo e ver ao vivo tudo isso deve encantar olhos e coração! beijos, chica
Bom dia, maravilhosa natureza que encanta, desfrutar da mesma é fascinante, adoro amoras, na minha cidade existia muitas amoreiras selvagens, infelizmente abateram para dar lugar ao cimento armado, as fotos são lindas.
Feliz fim de semana,
AG
Excelente mz !!! Bonitas fotos !!!
Graças pelo teu bom gosto de não expores aqui os bichinhos e os insectos como fazes com as aves. Eu passaria pelo teu blogue a fazer esgares arrepiados... =) em vez disso, gosto das sinestesias, ao descreveres cores, cheiros e sabores, tudo numa assentada.
Obrigada a todos.
As amoras conduzem-nos sempre às memórias de quem viveu, ou teve a oportunidade de as ver e provar um dia.São irresistíveis.
:)
Quanto aos insectos e outros, correndo o risco de perder visitas (como a Briseis) :) não prometo não publicar esses monstrinhos. Ficando já o fim de semana marcado por um feioso/belo Louva-a-deus.
Beijinhos.
eu também gostava de ter uma aldeia :)
assim qualquer coisa como vamos à terra em setembro e em muitos outros dias
um abraço Mz
Terá outras coisas, Manuela.
Obrigada, um abraço para si.
Em Setembro se faz a esquina entre dois solstícios. Nela perdemo-nos a contar.
Bj.
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