Na aldeia, o frio e o culto da mesa fazem renascer um mundo
à parte no mês de Janeiro. É repetitivo mas, renovado e é proibido falar dos
afectos e da envolvência com os animais que se criaram para que a abundância do
alimento possa existir de uma forma racional. São os cruéis estados de afectividade
que, apenas se compreendem quando se é genuíno e se conhece esta forma peculiar
de acariciar e cuidar para depois transformar o vivo em alimento. A matança que
une todos à mesa com a alegria da fortuna e da graça de um porquinho cevado entre
afagos e preces a Stº Antoninho.
mz
6 comentários:
a vida não é feita na prateleira do super mercado, nem o gestor de loja telefona às velhinhas das aldeias para saber da sua saúde, como a publicidade nos quer fazer crer
creio sim, nas mãos que criam e no pão nas mesas e no bonito que tudo isso é
obrigada por este estado afectivo, Mz
Pois é muito cruel...
Já quando vejo documentários sobre a vida animal, corre tudo muito bem
até ao momento que têm fome!
Perseguições a velocidades vertiginosas que acabam no "esfrangalho" do perseguido perante a a delícia do perseguidor...
Custa-me sempre muito ver.
Gostei do texto.
bjs
Só discordo da parte do genuíno: quando se nasceu e cresceu dessa maneira, faz parte; mas senão, é um bocado incompreensível, se bem que não se deixe de ser genuíno.
Beijocas
Ainda me lembro de, em criança, me esconder para (ingénua) não ouvir o porco guinchar. Claro que ouvia na mesma. Hoje já não há matanças aqui pela minha zona. É preciso ir um pouco mais para o interior.
Uma chamada de atenção para um pormenor(maior) que nos passa ao lado a maior parte do tempo... eu gosto de pensar que a carne e os ovos e o peixe que como brotam das vitrines do supermercado como as alfaces da terra... =) é muito bonita a nota de afecto que pões no texto.
O inverno assim parece mais afetuoso e renovador, sem dúvida...
E por aqui estamos ainda em pleno verão, haja calor e chuva!!!
Bjs
Bia <°(((<
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