sábado, 11 de julho de 2015

O Batizado da Aninhas



Das suas pernas de boneca, um balãozinho de tecido liso e armado como a copa de um cogumelo branco. Toda ela era a inocência da vida. Muito fresca e sem fungar, subiam-lhe tronco acima, malmequeres brancos bordados de pétalas longas e salientes terminando este jardim em pequenas mangas transparentes, como uma aragem morna de julho quente. Sem que ninguém lhe perguntasse, os laços com Deus começariam aqui nas suas vestes brancas e sem entender, assim estava a Aninhas enfeitada dando passinhos da fé de outros, onde o que lhe interessava de momento, eram as lantejoulas prateadas dos sapatos. 



mz



8 comentários:

chica disse...

Que lindo te ler! Um encanto e doce! bjs, chica

mz disse...

Obrigada Chica.
Bom fim de semana.

Bjs

Miss Smile disse...

Quando se é criança, é mais fácil criar laços com as lantejoulas dos sapatos :) Tão delicado o seu texto!

Um beijinho

mz disse...

É verdade, Miss Smile!

Obrigada.

Agostinho disse...

Descrição linda de uma boneca, a Aninhas, de carne e osso presumo. A descrição "dando passinhos da fé de outros" está perfeita a compor o ramalhete.

mz disse...

Eu gosto de embonecar realidade.

Unknown disse...

A inocência de criança a dar os primeiros passos e a deixar que a guiem.
:)

mz disse...

Sim, estou certa que seguirá o caminho.