Era
uma espécie de ritual cuidando não deixar ninguém para trás. Um excesso de zelo
para com todos, evocando a Deus proteção por tudo e por nada. Tornou-se num acto
banal deixando de enternecer e apaziguar, mesmo quando os lembrados necessitavam de palavras
protetoras, ou em dias de mais desespero, uma oração. Todas as cartas que lhes
enviava tornaram-se num chorrilho fanático até à indiferença. Até que, sem se
aperceberem, deixaram de o ouvir. Queriam amizade e não a devoção explícita
como um veículo do culto. O emissário das cartas era um fanático religioso. Um dia, despiu a carapaça e lançou a fúria, exclui-os das orações e remeteu-se ao silêncio. Deixou
de enviar as palavras protetoras e abandonou a amizade. Os outros, sentiram alívio
daquela fé falsa e exacerbada, mas não o excluíram das conversas.
Mz
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14 comentários:
Nossa Mz!Texto perfeito,forte e quantas pessoas não há que são assim,apenas aparencias?Fiquei tocada!bjs e meu carinho,
Exactamente, Anne! Apenas aparências.
Bjs
Fujo desse tipo de pessoas...
Bom texto!
Bjs
Já somos duas.
Bjs
Eu sou uma dessas pessoas. MUUUUAHAHAHAHAHAHAHAH!
Fanáticoooooooo!!!
Não suporto fanatismo :/
Sob todos os aspectos, Marta. Não apenas religioso...
Querida amiga
Quantas pessoas
vivem a fé
das palavras,
e esquecem
a verdadeira fé
presente
nos sentimentos.
Que amar seja para ti
o objetivo de cada instante.
As acções
descoordenadas
com os dizeres.
Abç
ele, auto excluíu-se
amaldiçoar, está muito perto dos que julgam ter uma fé perfeita
assim mais vale não receber cartas!
Manuela dessas eu também não quero!
:)
Tanta gente que há assim, não é? Porque será que vivem para a aparência? Não confiam no "eu"? Beijinhos
Brown, entra no automático. É uma obsessão tamanha que se esquecem da realidade. É assim. Sabemos que aborda muitos temas, não é só a religião.
Bjs
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