Um dia chamaram-me Aldeã.
Gosto da palavra.
Nasci na aldeia num tempo em que as mães pariam em casa. Quem me amparou foi uma parteira aflita por ter nas mãos duas vidas. A de uma grávida, minha mãe e um ser pequenino com vontade de vir ao mundo - eu.
Nasci numa madrugada de Primavera e, enquanto toda a aldeia dormia, gritava eu, de vida. Esperneava sem saber quem me sustinha fora do ventre.
Gosto de aldeã, gosto de camponesa. Cresci com o aroma das frutas, cortei cachos de uvas e colhi maçãs, nunca lavrei uma terra, nem me deitei no feno. Doce e feminina, cresci. Tornei-me mulher com a fantasia de me sentir erva aromática exalando perfume sempre que o amor me acaricia e me esfrega com a ponta dos seus dedos.
Pintura: Julien Dupre
Com carinho
Mz
14 comentários:
Que texto lindo! Fiquei encantada pela beleza e feminilidade presente em suas palavras.
Beijos e carinho para ti do meu mar para o seu.
Que delícia! Até cheira a campo...
E ao mesmo tempo tão feminino, sem ser piegas.
Lindo!
E campónia, gostas?
:)
Muito poético. Calhou bem ler este post com a chuva lá fora.
Uma aldeã moderna, portanto...
Carolina Tavares;
muito obrigada pela tua sensibilidade.
bj
Pinguim;
o cheiro a campo é do feno da rapariga lá de cima.
:)
um beijinho
Johnny;
tu é que é um campónio!
:)
El Matador;
ainda bem!
Obg
Dylan;
actualizada, é a palavra certa!
adorooo =')
vou seguir o blog ;)
Olha que bom!
Fico contente por isso.
mto obg
desde criança tenho o sonho de viver numa aldeia, tudo que por lá existe me fascina! nasci no sitio errado pela certa a "cidade".
Beijinhos
Lilá(s)
por isso a tua sensibilidade pela terra e tudo o que nela nasce.
bjs
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