Cruzamo-nos nos corredores do ginásio. Sempre muito sisudo,
sempre muito tenso, não lhe importa se o sol brilha ou se as nuvens o escondem.
Não é de luas, ponto final. 
- Senhor doutor não seja tão carrancudo! Dê-nos lá um
sorriso para que esse azul dos seus olhos brilhe mais um bocadinho. 
Mas dali não sai nada. Apenas delicadeza nas palavras e
monotonia nos movimentos, na melhor das hipóteses, um esboço de sorriso, um princípio de careta feia à medida do empenho. A mecânica das máquinas até lhe
assenta bem, é que quase nem se distingue se está em esforço ou em pausa. 
- Respire senhor doutor, respire! 
Não desiste e nós que o conhecemos de outras paragens, também
não vamos desistir e muito antes do final do ano, veremos um grande brilho naquele
olhar.
mz