terça-feira, 5 de novembro de 2013

Lisboa - Cor de Ouro





Quando me sento à beira do rio, naqueles dias em que o sol é da cor de ouro, o Tejo é um fluido louro, um lingote aquoso onde vejo ondular o meu tesouro. Num olhar turvo com cor de girassol, corre-me um sonho recatado e quieto, um aconchego morno que vem de dentro e se funde com o aspecto. Nesta fusão, atrevo-me num aceno à ponte, à senhora alta. E na sedução, aquela que é passagem e que é aço, também amolece. Suspende a sua grandeza, deixa a sombra no lugar de sempre, e desce. Senta-se a meu lado e pasma. São vinte e quatro quilates de pura beleza. Não se compra, não se vende, não vai a licitar. É como a fé. É a proclamação de um sentimento único, um credo mouro e alfacinha desta cidade Lisboa.


mz





Imagem: fotografia do blogue, Diário de Lisboa

12 comentários:

  1. Grande elogio ao Tejo e à cidade de Lisboa. Adorei como a ponte se sentou a teu lado.
    E não se compra, não se vende o teu talento para a escrita; ou se tem , ou não se tem. Gostei muito.
    Talvez tenhas por engano um h a mais na primeira frase do texto...;-)
    xx

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  2. Tens razão Laura, já corrigi e agradeço a tua atenção. Isto por vezes é escrever a fluir e uma vez por outra pode acontecer um erro gramatical.

    Sempre que acontecer espero que me avisem pois nem sempre uso o corrector automático.

    Lisboa é linda!

    :)

    xx

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  3. Lisboa deve babar para o teu texto e o Tejo vaidoso nem se fala...também com 24 quilates é um lingote e tanto! Gostei da fotografia! já estive sentada no lugar do rapaz...é tranquilizante

    Bjs

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  4. Eu também já me sentei ali por perto e é de facto muito tranquilo.

    Lisboa é linnnnda! ;)

    Bjs

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  5. uma prosa poética


    que fica linda com a foto do diário de lisboa, blog

    ficamos com o dourado no olhar


    um abraço, Mz

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  6. Sobre a cidade Lisboa o Diário de Lisboa tem um "dom" no olhar que eu gosto e já são alguns os textos que escrevi com base nas suas fotografias.

    Um abraço para si também.
    xx

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  7. Quem ama Lisboa e o Tejo canta-lhes poemas ou temas engalanados de palavras doces, quentes e carentes desse ouro de que são feitos as tardes deste azul quente de Novembro.

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  8. É verdade Luís, encantadora e poética mas apenas para quem a sente.

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  9. Estive lá sentada, não me apercebi que andavas por perto! tenho que repetir...
    Bjs

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  10. E o mais importante, não paga impostos observar tanta beleza. Beijinhos

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  11. Chiuuuuuuuu! ;)
    Eles podem ouvir e lembrarem-se que ainda existem lugares em que a beleza visual ainda é pública e que ainda todos a podem usufruir gratuitamente...

    Bjnhs

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Saber que alguém me lê, é bom.
Retribuirei a vossa visita com muito gosto.Obrigada