segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Chuva




 
Nesta tarde quase noite de céu acabrunhado
A chuva, meu amigo, cai desavergonhadamente.
Cai fria em rosto afogueado.
Acelera passos e emperra ossos velhos.
Prende a idade em casa e a casa é refúgio.
Os bichos enroscam-se em abrigos nesta tarde quase noite.
No cinzento do dia meu amigo, lá fora, a natureza molha-se.
A terra que já é lama, faz pesar mais cada passo.
Arrastam-se as botas gastas pelo campo
E os saltos finos, atrasam os encontros.
As ruas já são rios, nesta tarde quase noite!






Fotografia: Nuno Sampaio

Com carinho
Mz

17 comentários:

  1. ¨Arrastam-se as botas gastas pelo campo
    E os saltos finos, atrasam os encontros.¨

    Poeticamente verdade. Lindo a forma como a poesia dá sentido a vida.

    Beijos

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  2. É o inverno do nosso descontentamento que se aproxima...

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  3. MZ Lindo. Sexta feira foi um dia para esquecer, ela era tanta que quase nos sufocava. Beijinhos

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  4. *Carolina T.
    não imaginas como os meus saltos altos nestas calçadas portuguesas me atrasam e então com a chuva, muito pior!
    :)

    *Pinguim,
    querido amigo... a chuva vem lembrar-nos os ciclos e a vida. Mas, quando me esqueço do guarda-chuva apetece-me rogar-lhe uma pragazitas :)


    *Brown Eyes,
    Choveu por todo o país...
    Nesse dia que eu escrevi este poema.
    :)

    beijinhos

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  5. Talvez uma tarde quase noite, em que a noite demora... Gosto!

    Beijo*

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  6. Que poética!
    Nestes dias os melhores encontros são em casa com chá, scones, música.....

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  7. *Exactamente, Denise!
    Obrigada,

    beijo*


    *Papoila;
    de vez em quando dá-me para isto!
    E para os scones também... feitos em casa!
    :)

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  8. E depois fica o cheiro da chuva :)

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  9. *Johnny
    agora fizeste-me rir...
    bem que podia terminar assim o meu poema e participar mais uma vez na Fábrica de Letras, não era?

    :)

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  10. Eu amo a chuva! Gosto de ficar deixando-á correr pelo meu corpo e sentí-la... Que delícia!Nova estação, lava a alma, mente e coração. Que seja bem vinda!
    Bjs.
    Sílvia

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  11. Sílvia;
    que venha com o seu tempo e em todas as estações medindo a necessidade da Terra.

    Bjs

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  12. Num dia de sol como o de hoje soube-me bem ler o teu texto com toque poético...deixa cá aproveitar o calor...
    Bjs

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  13. POis... temos de aproveitar o sol de Outono, não tarda a chuva volta.

    beijinhos

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  14. Que lindas palavras, que linda imagem... que SAUDADES de te ler. Adorei cada letra, cada gota de chuva.

    Beijinhos e desculpa pela ausência :)

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  15. Helga;
    eu nem acredito que voltaste!

    Não se pede desculpa.
    Beijinhos

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  16. Maravilhoso ler-te, nesta madrugada quase dia...

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  17. E maravilhoso, são as madrugadas que nos trazem as palavras...

    Obrigada.

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Saber que alguém me lê, é bom.
Retribuirei a vossa visita com muito gosto.Obrigada