Havia
fado da Moura na sala e, o tio fazia intervalos entre o sofá e a lareira.
Pequenas e rápidas caminhadas, para atafulhar o fogão de rachas de azinho,
avivando a lareira por um grande pedaço de tempo. A passo largo, voltava ao
sofá e retomava à macieza da camurça sintética, afinava o ouvido e recuperava o
som como se embarcassem juntos, ele a Moura e as guitarras. Aposto que assim, voava
para lá do encanto das notas. E tamborilava. Tamborilava os dedos nos joelhos
murmurando as palavras do refrão, cada vez mais acertado. Entre cada fado, fazia
uma festa ao gato que abria os olhos a muito custo para saber de onde vinha
aquele afago tão vigoroso. Porque estaria o dono tão agitado se lá fora até
chovia?
mz
A música transforma-nos :)
ResponderEliminarUm beijinho mz
Quase me senti sentada ao lado do tio, a ouvir Ana Moura e a acariciar o gato.
ResponderEliminarA lareira também ajudou... Um belo texto do quotidiano!
Um beijo.
Boa tarde, como o seu tio, também sou admirador da Ana Moura, seu tio com experiência que tem na vida, certamente sabia que a chuva ia causar problemas, foi o que aconteceu.
ResponderEliminarAG
Não há chuva que esmoreça um amor.
ResponderEliminarE há fados que valem a pena. E a moura?
Encantada. Parte-se-nos o coração. Não só o tio caiu em tentação. E o gato? A fazer-se de desentendido...
Venham mais, MZ.
ResponderEliminaracho que consigo visualizar a cena, tão bem descrita.
o gato deve ter ficado bastante admirado.
gostei muito!
beijinho
:)
...é um nascer a toda hora.
ResponderEliminarabç
Votos de excelente fim de semana.
ResponderEliminarAG