domingo, 6 de dezembro de 2015

Às nove, na igreja - segunda cena de dezembro





A homilia vai longa e eu, reconcilio-me com o espaço. A igreja está mais vazia do que nunca, e ao fim de tantos anos, a mudança na assiduidade é brutal. Com tanto espaço, as tias continuam a sentar-se no mesmo banco, juntinhas como se tivessem medo do escuro ou da catequese de antigamente. Eu, sentada lá ao fundo, concentro-me na imagem da Nossa Senhora do Rosário com o menino ao colo, e penso que valeu a pena, ao fim de tantos anos, voltar ali e olhar tudo de uma forma mais adulta. Eu sei o motivo das esculturas barrocas já não irem nas procissões, e aqui sentada, emociono-me com a arte e a arte, também me dá alguma fé. 

mz




fotografia do blogue Diário de Lisboa,

8 comentários:

  1. "Emociono-me com a arte"... Um texto excelente, propício a outras leituras, a outras reflexões...
    Beijo.

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  2. A arte consola-nos e eleva-nos.

    Um beijinho, mz

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  3. A arte é um dos motivos que nos pode levar à igreja. E é um motivo tão bom como todos os outros. O que importa é que se vá e que se venha de lá melhor do que se entrou.

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  4. A arte pode provocar a fé, na verdade.
    Gostei do seu texto. Até parece que foi escrito dentro da igreja... as palavras pareceram-me sussurradas...
    MZ, tenha uma boa semana.
    Abraço.

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  5. O reconcilio com o que nos atormenta é sempre uma benção.
    Uma boa semana!

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  6. adorei o post! belíssima fotografia e lindas palavras.. :) beijinho enorme

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  7. Momentos repousantes e de introspecção.

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Saber que alguém me lê, é bom.
Retribuirei a vossa visita com muito gosto.Obrigada