Os muros altos servem de sombra aos que se apresentam na
despedida. Faz-se sala ao ar livre porque Setembro está quente e contam-se
histórias de uma vida comprida. Abraçam-se amigos que não se vêem há muito, e
entre uma lágrima contida, uma outra fugidia, até um sorriso. Tudo se torna
solidariedade mansa. Pode-se arriscar dizer-se que até é bonito morrer aos noventa. Porém,
a morte nunca é bonita. Há sim mais compreensão na partida, mais serenidade na
perda de uma vida velha. Chora-se depois a saudade nas lembranças do dia-a-dia.
mz
imagem: tela de Amedeo Bocchi - pintor italiano
Bianca con geranio rosso, 1928 aqui
A morte aos 90 pode ser mais serena aos que ficam, mas nunca é bom passar pelo momento da perda,não? beijos,linda semana,chica
ResponderEliminarDigamos que há assim como que uma preparação...embora nunca estejamos preparados.
ResponderEliminarA minha Mãe tem 91 anos...
Eu diria que uma morte aos noventa anos é aceitável; algo de certa forma expectável possibilitando esse tipo de despedida serena.
ResponderEliminarA inevitabilidade da morte pressupõe dor e aceitação, mas no fundo as mortes-surpresa sobretudo de pessoas jovens não são apenas terrivelmente dolorosas mas profundamente cruéis.
Um texto bonito que me fez recordar gente que partiu demasiado cedo, mas que vive no meu coração todos os dias.
xx
Serenidade, era assim que gostaria de partir um dia... mas não há pressa.
ResponderEliminarChica, sem dúvida que a perda será sempre dolorosa.
ResponderEliminarBoa semana,
bjs
João, nunca se está preparado verdadeiramente para a perda de alguém.
ResponderEliminarLaura este texto foi escrito na observação e conclusão de como em comparação são tão mais serenas as cerimónias fúnebres de quem parte já com uma idade avançada.
ResponderEliminarConcordo inteiramente com o teu pensamento.
xx
Rui, todos queremos ter um fim sereno e todos queremos também ir o mais tarde possível. Só não queremos é saber quando :)
ResponderEliminarQuerida amiga
ResponderEliminarQuando a alma tem fome de beleza,
chegar aqui,
sentir as palavras e o seu perfume,
é encontrar o doce alimento da
alegria...
Alimento que me renova as energias,
quando muito já silenciou pelos caminhos...
A amizade é o alimento da esperança.
Aluísio, as suas palavras são sempre reconfortantes.
ResponderEliminarObrigada.
Aos noventa também partiu o mês passado a minha sogra, agora sente-se muito a falta...apesar da preparação... fui tudo como descreves serenamente.
ResponderEliminarBjs
Lamento a tua perda, Lilá(s).
ResponderEliminarOs meus pêsames.
Bjs
é assim, Mz
ResponderEliminarsereno o teu texto, depois vem a conformação
um abraço
Um abraço, Manuela.
ResponderEliminarBom final de semana.
MZ não lido muito bem com a morte de quem conheço mas já não lido mal com a minha. Sofrer não é o meu forte e perder alguém...É algo que não quero nem pensar e não é por ter 90 ou 100 que é mais fácil enfrentá-la. Eu lido muito mal até com a morte dos meus animais de estimação. Abolia a morte deste mundo se pudesse. Não tenho medo nenhum desses muros altos. Há pessoas que têm medo de ir ao cemitério, eu não. Houve uma altura que eu visitava os cemitérios da cidade ou da vila como visito um monumento. Um cemitério dá-nos muita informação sobre o povo que habita aquela localidade. Quero agradecer-te pelo carinho e pela companhia que me tens feito ao longo destes anos. Eu andarei por aqui e não perderei o teu cantinho de vista. Já há algum tempo, diria anos, que nos acompanhamos e mesmo atrasada continuarei a ler os blogues que me agradam. Beijinho Grande e, mais uma vez, obrigada.
ResponderEliminarÉ verdade Mary já lá vai algum tempo que nos escrevemos por aqui e eu gosto muito!
ResponderEliminarO carinho e o agradecimento é mútuo e incondicional.
Um abraço grande,
Bjnhs