domingo, 3 de abril de 2011

Sofia...



Se a ternura se pudesse definir, seria por certo numa criança como um todo. Um estado de vida impossível de voltar atrás no tempo. Um tempo inexplicavelmente doce e inócuo, ofertando-nos com surpresas diárias. Surpresas que nos derretem de ternura, que nos surpreendem pela graciosidade ou pelo inesperado da situação. Um pertence apenas ao Ser criança no momento.

Dos meus conhecimentos, conto-vos a visão que uma criança tem ao revelar a seus pais como será quando for crescida e, quando estes, já forem velhinhos.
Ela é a Sofia.
Sofia dorme guardada pelo tule de um dossel. Tem como cabeceira, uma parede rosa framboesa, onde se destaca uma grande coroa branca de rainha... por isso atrevo-me a voltar atrás e, apresento-vos a rainha Sofia!
Na verdade, é uma princesinha toda algodão doce de cabelos escuros e sedosos, bochechas rosadas e grandes olhos azuis. Simpática, despachada, voluntariosa e surpreendentemente protectora. Numa visão inocente, mas já muito definida, vai arquitectando o seu futuro, tentando mostrar aos seus pais, como os adora para todo o sempre.

Esta pequena rainha tem sonhos que passam por nunca mudar de casa – aquela será a casa onde irão viver para sempre. Nunca sairá à noite. Só casará se, o namorado assinar um contrato que inclui os seus pais como fazendo parte do núcleo familiar presente no dia-a-dia. Depois, quando os pais forem velhinhos, o quarto destes passará para ela e para o seu marido e seus pais, irão dormir no quarto dela. O quarto, manter-se-á igual, apenas terá de comprar um beliche. E um beliche confortável em que os pais durmam por baixo e os sogros por cima!
Assim é o reino de Sofia, o reino de uma criança com sonhos de família, para todo o sempre.

Eu acho isto  uma ternura!






Escrito para a Fábrica de Letras
Tema: "Ternura"

Com carinho
Mz

33 comentários:

  1. São lindos sem dúvida os sonhos da Sofia, e lindo é também ver uma criança com "sonhos de familia", esperemos que ela continue a crescer e a reinar no seu reino de sonhos.
    Bjs

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  2. E uma ternura mesmo. A inocência do amor puro de uma princesinha pelos seus pais... Muito bonito, o sonho, e o texto. Bjo

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  3. Sei que é o tema do Fábrica de Letras, como irei escrever lerei depois.

    Beijos do meu mar para o seu.

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  4. Lilá(s)
    Ainda que os seus sonhos de família perdurem, uma coisa irá mudar decerteza...quando crescer irá querer sair à noite:)
    bjs

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  5. Eva Gonçalves;
    a demonstrar o amor pelos pais, mas já a pensar muito à frente... na velhice deles!Com solução e tudo :)
    obrigada, bjs

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  6. Carolina Tavares;
    é o tema da "Fábrica" sim...vou querer ler o seu, também!

    Beijos daqui, do meu mar.

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  7. Porque é que os sonhos de uma criança quase nunca se transformam em realidade?
    Isso é que seria uma imensa ternura.

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  8. Pinguim;
    ora aqui está uma pergunta pertinente e que nos inquieta enquanto adultos.Em resposta eu digo que, ao crescermos, tudo se complica.

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  9. Mesmo que, ao crescer, os sonhos saiam "furados", fica sempre a alegria de termos sonhado e de sabermos, mesmo que utopicamente, qual é a vida que queremos para nós. Uma ternura, a Sofia!

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  10. Briseis;
    é isso mesmo...
    o que importa é sonhar e estruturar a vida mesmo que parte dos sonhos não se concretizem.

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  11. Fiquei confuso, afinal era uma princesa ou uma rainha? Seja qual for o grau de nobreza, com uma parede pintada dessa cor cheira-me a muitas noites com pesadelos...

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  12. Tão lindos os sonhos das crianças.Isso é verdadeiramente TERNURA! Adorei!beijos,chica

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  13. Eu também acho. As crianças vêm sempre o mundo cor de rosa, quando se cresce é que doi a elas e aos pais. Beijinhos.

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  14. Rafeiro Perfumado;
    Princesa ou Rainha? Que importa isso...
    Quanto à côr da parede, só me faz lembrar framboesas com chantilly, achas que isso dá pesadelos?

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  15. Olga;
    enquanto esse dia não chegar, existem estes sonhos inocentes de criança.
    Bjs

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  16. Chica;
    eu também acho, uma verdadeira TERNURA!
    bjs

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  17. Gostei muito, mesmo muito!
    E digo que é muito bom ser personagem principal na história desta princesa rainha.
    Obrigada!

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  18. Cácá;
    eu não resisti em partilhar esta ternura :)

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  19. São sonhos em que se quer tudo igual, com pequenas alterações...

    É um bom tom de cor-de-rosa, sim senhor.

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  20. As crianças são sempre uma ternura, ou não fossem elas a melhor coisa do mundo.

    Pena que apenas uma parte delas continua a manter essa ternura e inocência quando crescem.

    Excelente participação.

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  21. Johnny;
    Sim...os sonhos de se ter 'uma família para todo o sempre' devem ser sonhos para permanecer.

    Não é cor de rosa, é framboesa!
    :)

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  22. Utópico;
    estou crente que, depois de adultos até os seres mais empedrenidos devem ter alguns gestos de ternura mesmo que não o queiram mostrar.
    Obrigada.

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  23. Os sonhos da Rainha Sofia são tão bonitos! Na sua infantilidade sonha com a união familiar e o amor eterno. Sonha que os laços que a une aos seus entes queridos não se desfaçam nunca.
    Muito ternurento!

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  24. Natália Augusto;
    essa é a verdadeira ternura da Sofia.

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  25. Belo, sem por nem tirar!

    Abraços renovados e parabéns pela participação!

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  26. A ternura é um momento muito especial entre as pessoas.
    Lindo o texto. a interação de Amigos tbém está participando.
    http://sandrarandrade7.blogspot.com/
    São momentos que tracamos as ideias..
    Um grande abraço,
    Sandra

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  27. JCosta;
    obrigada.


    Sandra;
    sim, muito especial.
    Abraço.

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  28. Olá,
    Meus filhos também diziam que nunca se casariam pra ficar comigo até morrermos... mas, bem sabemos, que a vida é um ciclo...
    Quanto ao seu post, muito cheio de ternura pois a família da gente é o mais terno que podemos conservar dentro de nós...
    Abraços fraternos e excelente semana com alegria.

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  29. Orvalho do Céu;
    ser criança é assim mesmo, amar incondicionalmente para todo o sempre.
    Excelente semana para si também!


    Soninha;
    obrigada.
    :)

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  30. Só hoje é que consegui ler este texto. Gostei.

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  31. El Matador,
    os textos longos não são os favoritos da blogosfera, eu sei...
    Obrigada.

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  32. O seu texto fez-me lembrar uns versos dos quais desconheço o autor, a propósito das crianças e do crescimento: "...quando teus olhos virem bem o mundo/ então hás-de sentir pesar profundo/por não poderes voltar a ser bébé!" Oxalá a terna Sofia consiga preservar alguma desta doce inocência!
    Gostei.

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Saber que alguém me lê, é bom.
Retribuirei a vossa visita com muito gosto.Obrigada