Cresci com Setembro a cheirar a vinho mosto.
Com a adega numa azáfama de pessoas carregando cestos de vime que transbordavam de cachos de uvas negras até o lagar ficar com a medida certa.
Com as mesas improvisadas, onde à hora de almoço se comia substancialmente para repor as energias gastas .
Eram conversas animadas em que o cansaço se desvanecia com a alegria do convívio entre aqueles homens e mulheres que se ofereciam para as vindimas.
Chovesse ou fizesse sol, esperava-os mais cepas retorcidas, mais parras recortadas onde as tesouras procuravam o caule dos cachos de uvas para cortar...
Com a adega numa azáfama de pessoas carregando cestos de vime que transbordavam de cachos de uvas negras até o lagar ficar com a medida certa.
Com as mesas improvisadas, onde à hora de almoço se comia substancialmente para repor as energias gastas .
Eram conversas animadas em que o cansaço se desvanecia com a alegria do convívio entre aqueles homens e mulheres que se ofereciam para as vindimas.
Chovesse ou fizesse sol, esperava-os mais cepas retorcidas, mais parras recortadas onde as tesouras procuravam o caule dos cachos de uvas para cortar...
Com um pouco de sorte, também eu ia com eles e ajudava na tarefa. Sempre que alguém encontrava uvas brancas chamavam-me para ser eu (a menina) a cortá-las!
O lagar tinha de ficar pronto para receber à noite os pés dos homens que iriam fazer a pisa.
A noite pertencia aos homens!
Esperava-os uma bacia com água limpa, sabão azul e uma toalha escura onde eles lavavam e limpavam os pés.
Todos os anos era o mesmo ritual.
O lagar tinha de ficar pronto para receber à noite os pés dos homens que iriam fazer a pisa.
A noite pertencia aos homens!
Esperava-os uma bacia com água limpa, sabão azul e uma toalha escura onde eles lavavam e limpavam os pés.
Todos os anos era o mesmo ritual.
Há muito tempo que não corto os cachos e não carrego os baldes cheios de uvas maduras.
As minhas mãos já não ficam peganhentas de doçura deste fruto magnífico.
As minhas mãos já não ficam peganhentas de doçura deste fruto magnífico.
Os anos foram passando, a paisagem alterou-se, as heranças divididas e as vinhas desapareceram para dar lugar a vivendas de família...
As cepas já foram queimadas nas lareiras à alguns anos...
Mas a adega, continua lá... com o lagar, a prensa, os tonéis e as pipas de vários tamanhos
As cepas já foram queimadas nas lareiras à alguns anos...
Mas a adega, continua lá... com o lagar, a prensa, os tonéis e as pipas de vários tamanhos
O cheiro a vinho, deu lugar a um cheiro húmido e bafiento e as teias de aranha teimam em fazer ali a sua casa.
com carinho
MZ
(Imagem: Google)
com carinho
MZ
Fizeste-me lembrar as minhas férias de antigamente.
ResponderEliminarTambém eu em miúda ia a casa da minha avó nas férias grandes e algumas vezes apanhava as vindimas. Só uma vez pude entrar no lagar e pisar, nunca mais me esqueci.
xx
Olá querida, parabéns pelo seu blog. É bem interessante!!!Já sou sua seguidora.
ResponderEliminarAgradeço sua visita ao Fitness e por tornar-se nossa seguidora TB.
Volte sempre!
Beijos de Luz.
Eliane
Como é bom recordar :) eu também tenho lembranças assim , e ainda bem que temos a capacidade de as reavivar na altura certa , querida .... Obrigada pela memória ...
ResponderEliminarBeijo terno
A memória dos odores, que me fizeste recordar, também. A vindima dos afectos. A vida a palpitar.
ResponderEliminarUm beijo
Fiz esse ritual várias vezes, até se constatar que comprar vinho saía muito mais barato que todo o ritual. E de certas coisas sinto saudade...
ResponderEliminarOlá Querida, que bom que gostaram da bola suíça!!! Toda semana temos exercícios com elas, são ótimos e deliciosos para fazer. Vale a pena.
ResponderEliminarObrigada pelo comentário.
Bjs.
Eliane
Papoila,
ResponderEliminaras minhas recordações sobre a vindima também são da casa do meu avô...
xi
Eliane J.B.
faço desporto regularmente e o seu blog interessa-me bastante!
A bola é optima!
bjs
Doce pecado,
eu adoro recordar as épocas do ano que me marcaram mais e esta era uma delas!
beijo
AnaMar,
é isso mesmo, as memórias dos odores e dos afectos!
um beijo
Rafeiro Perfumado,
tens toda a razão...
Agora, também todos nós compramos o vinho, mas tivemos o previlégio de passar pelo ritual e de guardar a magia desta época com saudade!
beijo
Nunca tive essas experiências, nasci na cidade. Na Pâscoa , nas festas de familia, sinto sempre uma certa nostalgia quando as pessoas vão para a "terra". Terra essa que não tenho, fora de Lisboa, Cidade de que tanto gosto, onde tenho todas as recordações, e que é de facto a minha "terra".
ResponderEliminarNeste texto senti os cheiros, as emoções, saudades de algo que nunca vivi.
Obrigado por isso.
Diário de Lisboa,
ResponderEliminarTens a tua "terra" sim...
Lisboa com a sua luz maravilhosa, as suas tradições...
Sempre que publicas uma fotografia estou sempre à espera que me abras mais uma gaveta desta Lisboa que eu conheço tão pouco...
Trocamos sentimentos, cheiros e emoções!
Também te agradeço por isso.